Espaço para os amigos músicos colocarem as
gravações de suas BANDAS DOS ANOS 80.
Vale ensaio, show
e até estúdio, tão difícil naqueles tempos.
Clica e baixa.
Para mandar a sua:
radiocaos@radiocaos.com.br
Não sei, mas eu acredito que todos nós cedo ou tarde nos fazemos aquela pergunta… What if ? E se?…
Tudo começou em 2009 quando me bateu uma forte nostalgia dos meus tempos de banda. Lembro muito bem do final da década de 70 e início dos anos 80, quando o cenário musical brasileiro estava fervilhando e muitas bandas de rock, a grande maioria cantando em inglês ainda, tinham seu lugar ao sol em programas da televisão em horário nobre. Casa das Máquinas, Joelho de Porco, Secos & Molhados, Patrulha do Espaço, Barrabás (quantos se lembram do hit Suzie Wong?), Rita Lee & Tutti Frutti (este último com direito a uma cozinha sensacional, Lee Marcucci e Gel Fernandes, que mais para frente formariam o Rádio Táxi com o grande Wander Taffo na guitarra), Made in Brazil, e mais um grande número de bandas que ficaria listando por um bom tempo.
Em Curitiba, muitos músicos ávidos pelo o que estava acontecendo lá fora, através dos LPs recém-lançados principalmente nos USA e no UK, os quais tínhamos inclusive que encomendar (a Lojas Savarin Discos tem um papel importantíssimo nisso), montavam suas bandas para participar de festivais no Colégio Estadual e no Teatro Universitário, eventos em que o rock, seja clássico, hard rock, blues, prog rock (na época muita gente ainda não entendia bem o que era isso) era tudo o que se ouvia em bom e alto som. Dali se formaram grandes bandas, como: A Carne Podre (depois apenas A Carne), Blindagem (que desde o início trazia fortes raízes no rock misturando-se ao swing da música regional), Rota 69, entre tantas outras, que deram à minha geração a vontade e o impulso de aprender a tocar.
Podíamos ver facilmente as nossas bandas favoritas em bares como o Rainha Careca, sempre apinhado de gente, totalmente esfumaçado já que não tínhamos a leite anti-fumo naquela época (o gelo seco nem era preciso, a fumaça de tantos cigarros fazia muito bem este papel), e nós nem ligávamos, o nosso foco era assistir nossas bandas e músicos favoritos, e bem de perto. Aliás de perto ficava mesmo tentando aprender como que por osmose a tocar guitarra (essa expressão capturei de um post do grande Abílio Abreu) vendo o Luizinho Groff debulhar sua Fender Strato ou sua Ibanez no palco juntamente com o Rota 69 e mais tarde com o Marca Registrada. Assistíamos a banda Imagem e tantas outras nos bares do Largo da Ordem, e shows no Ginásio de Cristal do Círculo Militar.
E então o rock mundial foi mudando, e nós também. O pop começou a se juntar ao rock e então vieram as novas tendências. O reggae se misturando a batidas de ska, punk-rock, e tudo mais, e nós fomos assimilando tudo isso. Tocávamos nossas músicas de sempre… Zeppelin, Purple, mas também começamos a tocar The Police, Duran Duran, The Clash, e tantas mais. Novos ídolos nacionais começaram a surgir, bandas como Paralamas, Legião Urbana, Barão Vermelho, Titãs, Lobão. O rock brasileiro recebia bandas e mais bandas todos os dias, programas como o do Chacrinha traziam novidades todas as semanas. E nós começávamos a fazer a nossa parte, em Curitiba surgiam inúmeras bandas, com integrantes cada vez mais novos, porém muitíssimo motivados e com enorme gás para mostrar seu trabalho ao público, sendo em barzinhos como em festas particulares (por muito tempo eram nas festas particulares em que muitas bandas faziam os seus shows, para um público que realmente curtia aquilo que estava ouvindo, platéias atentas e já as primeiras groupies). Que tempo fantástico !! Íamos ao Clube Curitibano e ao Graciosa Country Club para ver bandas aos domingos no final da tarde. Ver e tocar, tocar e ver… Éramos todos amigos, tão amigos que os membros das bandas intercambiavam entre si, ou ainda muitos tocavam em mais de uma banda ao mesmo tempo… uma era só de covers e outra somente com material próprio. Bons tempos !! Curti muito, mas também cansei…Um dia em uma discussão acalorada num ensaio para a um importante festival local, joguei a toalha e me despedi ali da cena musical Curitibana como integrante, dali para frente somente como expectador. Isso era 1986. Tentei um retorno em 1991, alguns ensaios, dois shows, um no TUC e outro num festival da UFPR… mas o pique já não era o mesmo. As preocupações e o momento da vida eram outros, mas isso falando da minha vida… A cena Curitibana (afinal estamos falando de mim ou das bandas Curitibanas dos anos 80??!!), continuava a fervilhar. Porém nenhuma banda conseguia o que parecia impossível, ter repercussão nacional. Muitos tentaram e nada… Por que as bandas Curitibanas não conseguiam sucesso nacional? Competência e repertório tinham de sobra, até mais do que muitas que apareceram do eixo Rio-SP-MG-RS-DF, então o que aconteceu? Essa é uma das perguntas que até hoje estão sem resposta.
Os anos 80 trouxeram tanta gente e tantas bandas…. A Carne, Área, Arena, BAAF, Beijo AA Força, Bruma Púrpura, Contrabanda, Dom Martelo, Ídolos da Matinê, Inércia em Pânico, Irmãos Brothers, Ligação Direta, Marca Registrada, Máquina Zero, Metro Quadrado, Mosha, Os Harcanjos, Pele Sintética, Pós Meridion, Rota 69, Solstice, ZYZ,… São tantas (poderia citar inúmeras e ótimas), que…bem, num encontro realizado em uma quarta-feira, dia 13/04/2011 com três amigos de banda, lá daquela época: Cláudio Jardim, Zé Rodrigo e Júnior, onde começávamos a tentar historiar um pouco das bandas em que tocamos, veio a idéia de criar um grupo no Facebook apenas para as bandas Curitibanas dos anos 80, para trocarmos fotos, músicas, gravações, ou qualquer tipo de memorabilia, e também tentar organizar um encontro entre essas bandas.
Grupo criado, dois dias depois já contava com 74 membros… quatro dias após com 91, várias músicas postadas no site www.radiocaos.com.br. Esse reencontro de bandas promete…..Viva o rock e as bandas Curitibanas !!
Jander Mesquita
Engenheiro, Músico, Fã de Rock e das Bandas Curitibanas.
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